Professor do Cefet/RJ debate educação indígena na câmara de vereadores
Nadson Souza (de blusa preta) ao lado de representantes das etnias indígenas Kariri, Guajajara, Marajoara e Manaó, na Câmara Municipal.
Na última segunda-feira (15), o professor Nadson Souza, coordenador do Observatório de Histórias, Culturas e Literaturas Indígenas (OHCLI) do Cefet/RJ participou de um debate público sobre educação indígena na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, promovido pela Comissão Especial de Combate ao Racismo.
O evento contou com a presença de educadores, parlamentares, lideranças e representantes de 11 povos originários distintos. Os convidados debateram sobre a representatividade indígena no sistema educacional, abordando a falta de políticas públicas e de espaços de aprendizado organizados fora dos métodos hegemônicos.
Em sua fala, Nadson situou o atual momento político como propício para a realização dos debates sobre a educação indígena nas esferas federal, estadual e municipal. “Contamos com um marco legal extenso de leis, decretos e resoluções que asseguram o direito à uma educação de qualidade para nosso povo. Entretanto, ainda precisamos avançar na ampliação de programas que garantam a permanência do aluno indígena que se desloca para estudar na cidade, além de revisitar a matriz curricular eurocêntrica, que não coincide com a cosmovisão das nossas etnias indígenas”, defendeu o professor.
O docente também destacou a luta permanente pela diversificação das formas de acesso à educação pública pelos povos indígenas, como editais especiais e a divisão isonômica do percentual das cotas raciais por segmento social. “É uma luta que remonta a organização e a atuação do movimento indígena desde a década de 1970, contra um projeto e sistema hegemônico e colonizador, com reflexos que contribuem para a marginalização e o apagamento do nosso povo na contemporaneidade”, pontuou Nadson.
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