Semana de História e de Sociologia abre com debates sobre conflitos e geopolítica
Nesta segunda-feira (10), o Auditório 2 da Unidade Maracanã recebeu a abertura da 3ª Semana de História e da 2ª Semana de Sociologia do Cefet/RJ. Com o objetivo de incentivar o diálogo entre diferentes áreas do conhecimento e promover a reflexão sobre os desafios sociais e políticos do mundo atual, o evento reúne palestras, mesas de debate e atividades culturais até o dia 13 de novembro. A proposta é abordar guerras e conflitos contemporâneos, desigualdade social, diversidade e ações afirmativas, entre outros temas relevantes. Todas as atividades terão lista de presença e certificado de participação. Confira a programação completa.
Doutor em Ciência Política e professor da UFF, João Rafael Morais (à esq.) falou sobre os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial e os desafios contemporâneos da ordem mundial pós-1945
Na mesa de abertura, o professor André Couto, da Coordenação de História, destacou que o evento pretende discutir a geopolítica do século XX e os momentos contemporâneos, relacionando transformações históricas às questões sociais que ainda moldam o presente. A professora Caroline Bordalo, da Coordenação de Sociologia, reforçou o papel do Cefet/RJ como um espaço de formação integral: “somos uma escola técnica, mas também um lugar de ampliar o debate para além da sala de aula, de entender a importância de discutir o porquê das coisas”. O vice-diretor de Ensino, Maicon Jéferson, lembrou que experiências como essa são marcantes e formativas, ao ponto de provocar reflexões e redirecionar a trajetória de estudantes.
A palestra de abertura foi ministrada por João Rafael Morais, doutor em Ciência Política e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e teve como tema “80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial: elementos e desafios contemporâneos da ordem mundial pós-1945”. Ele destacou que a configuração geopolítica atual ainda é resultado direto daquele período, marcado pela destruição em massa, pela ascensão dos Estados Unidos e pela criação de instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU). Ao relembrar episódios como o nazismo, os campos de concentração e as bombas atômicas lançadas sobre o Japão, Morais ressaltou como esses acontecimentos impulsionaram processos de descolonização e o surgimento de novos Estados, mas também estabeleceram uma ordem mundial baseada na hegemonia das potências vencedoras.
O Auditório 2 da Unidade Maracanã ficou lotado durante a abertura do evento
Nos momentos finais, o professor refletiu sobre os desafios contemporâneos e o possível declínio dessa ordem. Falou sobre a crise da hegemonia norte-americana, a emergência de potências como China e Rússia, a influência das big techs na política global e a persistência de problemas como o fascismo, o colonialismo e a crise ambiental. Segundo ele, vivemos um tempo de “limbo histórico”, em que o mundo parece oscilar entre o esgotamento da velha ordem e o ensaio de uma nova configuração internacional.
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