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No mês da mulher, Cefet/RJ promove evento para debater diversidade e inclusão

Publicado: Segunda, 01 de Abril de 2024, 18h20 | Última atualização em Segunda, 01 de Abril de 2024, 19h04 | Acessos: 291

 

Da esq. para a dir., Orquídea Garcia, a aluna Jasmine Braga, Julia Otomorinhori'õ e Rosilane Almeida participam da roda de conversa “Mulheres, no plural”, no Auditório de Artes

A multiplicidade que compõe o universo feminino foi o tema do evento “Mulheres, no plural”, que promoveu um dia inteiro de exibições de fotografia, poesia, roda de conversa e apresentações musicais e de dança na Unidade Maracanã. Organizado pela Coordenação de Artes e o Grupo de Trabalho Gênero e Educação, o evento ocorreu na última quarta-feira (27), no Auditório de Artes.

Durante a abertura, a diretora de ensino Dayse Pastore falou sobre a importância de garantir o respeito e a equidade de gênero na atualidade e sobre o papel da escola nessa tarefa. “Temos muitas alunas aqui que logo estarão no mercado de trabalho. Nós sonhamos com o dia em que não precisaremos mais falar das injustiças, mas até lá é preciso espaços de discussão como este”, pontuou a diretora.

A exibição “Mulher 2024” abriu a programação, com a apresentação de uma coletânea de fotos feitas pelas alunas do projeto “Movimento de Mulheres Dandara dos Palmares”, sob orientação da professora Nancy Rabelo. Os registros buscaram retratar mulheres em seu dia a dia, representando suas múltiplas faces e refletindo como é impossível enquadrá-las em uma só definição de identidade feminina.


Pluralidade, educação e inclusão
Em seguida, uma roda de conversa contou com a participação de Rosilane Almeida, Júlia Otomorinhori’õ Xavante e Orquídea Garcia, três mulheres que, em suas diferentes origens, etnicidades e identidades, representam a pluralidade evocada para a programação do evento.

Ao compartilhar suas vivências como mulher quilombola, Rosilane Almeida, vice-presidente da Associação Cultural Quilombo do Camorim (ACUCA), abordou a educação e a preservação dos saberes ancestrais como uma forma de fortalecimento dos direitos dos quilombolas. “Nós criamos um núcleo pedagógico escolar do quilombo, que realiza atividades de enaltecimento da cultura africana, de pertencimento ao território e educação ambiental, entre outras, para que essas crianças e jovens conheçam e busquem os direitos deles”.

Em sua fala, Júlia Otomorinhori'õ Xavante, professora de arte da rede estadual de ensino do estado do Rio de Janeiro e promotora cultural da Aldeia Maracanã, explicou sobre a importância de falar dos indígenas sempre no presente, como povos originários que existem e resistem. “A aldeia promove um projeto de educação chamado descolônia de férias. A colonização não ficou no passado, ela é retomada a todo momento, pela mídia, pelo sistema, pelos estereótipos. Lutamos todos os dias contra as consequências dela”, destacou a professora.

Orquídea Garcia, artista, professora e pesquisadora, trouxe sua visão, como pessoa trans não binária, de como foram suas experiências escolares, fazendo comparações com a atualidade e propondo reflexões aos alunos presentes. “O Brasil ainda é um país em que a população trans muitas vezes não chega ao final do ensino médio, não acessa a universidade, porque tem muita evasão escolar. Como a gente pode pensar uma outra forma de se relacionar com esse espaço que não afaste as pessoas LGBTQIA+ ou as que possuem algum tipo necessidade específica?”, questionou Orquídea.

A roda de conversa contou com a mediação da aluna do curso técnico em Estradas Jasmine Braga, de 15 anos. Como uma jovem trans, Jasmine explicou que espaços de troca como esse são um passo a mais na construção de uma escola inclusiva e diversa. “É de extrema importância um evento que celebra a pluralidade feminina numa escola federal, onde recebemos mulheres de todos os jeitos e culturas. Além de ressaltar nossas diferenças, ajuda na compreensão dos alunos sobre um ambiente diversificado, nas formas de lidar e de pensar nas divergências”, pontuou a aluna.

Ao longo da programação, o evento também contou com a apresentação do Bandão do Cefet/RJ e dos grupos de música e dança “Sororidade/Sonoridade” e “Grudança”, além de oficina de poesia e exposição de arte.

Clique para ver as fotos do evento.

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