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Programa do Cefet/RJ Petrópolis cria observatório de dados estatísticos sobre a cidade

Publicado: Quinta, 04 de Janeiro de 2024, 20h33 | Última atualização em Sexta, 05 de Janeiro de 2024, 14h02 | Acessos: 290

Alimentar um observatório de dados de diversas áreas de interesse da sociedade petropolitana. Este é o objetivo do Programa Cefet Observa Petrópolis (COP), coordenado pelo professor Rafael Ferrara, da unidade Petrópolis do Cefet/RJ. Desde o início de 2023, o programa realizou três pesquisas na cidade: sobre a tragédia de fevereiro de 2022; sobre o sistema de ônibus de Petrópolis; e sobre o mercado farmacêutico do centro do município.

O professor Rafael explicou que o programa COP era um embrião enquanto parte de uma disciplina do curso de Administração do Cefet/RJ Maracanã, onde atuava. “Com a minha vinda para o Cefet/RJ Petrópolis, notei que existia uma demanda de algo do tipo na cidade e resolvi dar um passo a mais, criando oficialmente um observatório”, declarou.

A aluna Ana Carolina Barroso realiza pesquisa sobre o sistema de ônibus

O programa então reúne projetos de pesquisa, nos quais alunos dos cursos de Licenciatura em Física e Licenciatura em Matemática foram responsáveis pela coleta, tratamento e armazenamento de dados estatísticos relacionados à cidade. Rafael ressaltou a importância dos estudos para Petrópolis e seus diversos agentes: “a mídia se interessa para ampliar o debate e colocar luz sobre o assunto. Os governantes passam a ter acesso à opinião de seus contribuintes através de um processo isento e imparcial. Já para a população, a pesquisa dá amplitude à voz dela”.

A aluna do 6º período de Licenciatura em Física, Ana Carolina Barroso, atua como voluntária do programa desde setembro de 2023.  Ela trabalhou sobretudo na pesquisa sobre o sistema de ônibus e destacou como foi importante enfrentar a sua timidez e ir para campo entrevistar as pessoas. “Participar do programa me fez entender mais a fundo como uma pesquisa funciona, a parte dos bastidores, e também me ajudou com relação interpessoal mesmo”, ressaltou. Também atuaram no programa os alunos Jônatas Coelho, Jonas de Abreu, Rayan Wilbert e Raul Milagres.

Conheça melhor os projetos do Programa COP:

 

Projeto “A tragédia de fevereiro de 2022”

Em abril e maio, o COP entrevistou 800 moradores de Petrópolis em diversos pontos da cidade.  O projeto “A tragédia de fevereiro de 2022” verificou que 48,8% dos entrevistados foram diretamente afetados pelo temporal em 15 de fevereiro daquele ano e que 66,63% tiveram dificuldade de voltar para casa.

 A pesquisa também mostrou que dois terços dos respondentes disseram que costumam ter o seu retorno à residência afetado quando chove no município. De acordo com o relatório do estudo, esse resultado é grave, uma vez que indica um problema crônico em Petrópolis. “Isto é, não é necessário um temporal fora da média para afetar a vida das pessoas da cidade no retorno ao lar, horário que normalmente tem-se as chuvas mais intensas”, afirma.

Outro dado relevante apontado pela pesquisa é que 39,80% dos entrevistados pensa em se mudar do local onde mora. Entre os entrevistados que moram em áreas atingidas pelas chuvas de 2022, esse número sobe para 66%.

Confira o relatório completo da pesquisa.

 

Projeto “O sistema de ônibus de Petrópolis”

Em novembro de 2023, o Programa COP entrevistou 600 pessoas com o objetivo de identificar a percepção da população em relação ao serviço de ônibus da cidade e, assim, auxiliar entidades municipais e privadas na melhoria do serviço.

Segundo o relatório do projeto, a frota de ônibus do município nunca voltou à quantidade anterior à pandemia, quando foi reduzida, e a reclamação mais recorrente da população era justamente a falta de veículos nas ruas. Além disso, no início de 2023, um incêndio na garagem compartilhada de duas companhias prestadoras do serviço destruiu 78 ônibus, o que também afetou o número de veículos disponíveis para uso.

Os resultados da pesquisa comprovaram, então, que os petropolitanos têm uma percepção ruim do serviço prestado. Para se ter uma ideia, aproximadamente 44% dos entrevistados consideram que viajam em ônibus “sempre cheios” e cerca de 48% consideram viajar em ônibus “esporadicamente cheios”. Além disso, 78% dos respondentes não consideram o valor da tarifa justa. A pesquisa também avaliou a conservação dos veículos, a pontualidade e as interrupções do serviço. Na pergunta final, a pesquisa solicitou aos entrevistados que atribuíssem uma nota para todo o serviço de ônibus prestado na cidade. O resultado apontou a insatisfação: a média geral foi 4,6.

Confira o relatório completo da pesquisa.

 

O mercado farmacêutico de Petrópolis

Em novembro, o Programa COP também realizou uma pesquisa sobre o vasto mercado farmacêutico do centro de Petrópolis, buscando identificar se a grande quantidade de farmácias fornece ou não uma vantagem econômica aos moradores da região. O estudo reuniu dados de trinta estabelecimentos e verificou preços de diversos medicamentos relacionados a condições como hipertensão, diabetes, colesterol, entre outros.

Os resultados mostraram que, entre os oito medicamentos pesquisados, a Valsartana (para hipertensão) foi a que apresentou a maior variação financeira (R$ 46,91). Já em variação percentual, o maior resultado ficou para o antibiótico Amoxilina (400,6%).  A pesquisa concluiu que “a população precisa desenvolver o hábito de pesquisar o preço de medicamentos, especialmente os de uso contínuo. As diferenças que vão de o dobro do preço até quatro vezes o preço mostram o quanto negligenciar a livre concorrência pode pesar no orçamento”.

Confira o relatório completo da pesquisa

 

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