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Professores do Cefet/RJ campus Petrópolis criam site que monitora avanço da COVID-19 no Brasil

Publicado: Terça, 28 de Abril de 2020, 18h41 | Última atualização em Quarta, 29 de Abril de 2020, 18h12 | Acessos: 4270

Docentes do bacharelado em Engenharia de Computação do Cefet/RJ campus Petrópolis lançaram, no dia 23 de abril, o site Monitor COVID-19, que verifica graficamente a tendência de piora, manutenção ou melhora da situação da pandemia do novo coronavírus em cada estado do Brasil.

Com o objetivo de informar sobre os últimos dados de disseminação da COVID-19 na comunidade brasileira, a iniciativa também busca contribuir para uma tomada de decisões apropriada e para a conscientização da população sobre a importância dos cuidados que devem ser adotados no momento atual.

Segundo o professor Diego Haddad, a ideia surgiu a partir do site Rt.live, que mostra e calcula a evolução diária da doença em cada estado norte-americano usando o parâmetro Rt. A metodologia foi então adaptada para a realidade nacional. Os dados apresentados exibem valores atualizados que aferem a rapidez com que o novo coronavírus está se disseminando nos estados brasileiros e refletem quantas pessoas, em média, são contaminadas por cada indivíduo que adquire a COVID-19.

“O parâmetro Rt traduz o fator de reprodução”, explicou o professor Luís Tarrataca, que também participa da iniciativa. “Nós sabemos, olhando para os estados em que temos estatísticas de aumento, como é que o número de infectados está evoluindo ao longo do tempo. Isso nos permite calcular o Rt. Podemos imaginar o seguinte cenário (fictício): nos últimos cinco dias, o Rio de Janeiro registrou 200 novos doentes diagnosticados com COVID-19 a cada dia. O número de doentes está estável. Esse cenário é traduzido conforme o parâmetro Rt = 1. É por essa razão que ouvimos falar tanto em achatar a curva. Tentar tornar a curva o mais estável possível para que o sistema de saúde tenha capacidade de absorver os doentes”, exemplificou Luís.

“Esse vírus se espalha de uma forma muito rápida, o que em matemática chamamos de crescimento exponencial”, complementou o docente. Se, em outro cenário fictício, o Rio de Janeiro registrar em uma segunda-feira, 200 doentes; na terça, 250; na quarta, 400; na quinta, 600; e na sexta, 800, o parâmetro Rt será maior do que um (Rt > 1), o que indica tendência de crescimento na taxa de reprodução do vírus. Por outro lado, se o número de infectados cair ao longo da semana, o Rt será menor do que 1 (Rt <1). De acordo com o Monitor COVID-19, todos os estados brasileiros, exceto Santa Catarina e Paraná, estão como Rt > 1 neste momento, o que representa um crescimento exponencial da doença na maior parte do país e aponta um cenário preocupante.

Gráfico apresenta o fator Rt dos estados brasileiros na data de 27 de abril de 2020.

Luís informou que a equipe do Cefet/RJ campus Petrópolis estuda papers científicos sobre o assunto e analisa diariamente dados do SUS. Os estudos relacionados ao novo coronavírus têm sido realizados intensamente pelo grupo de pesquisadores. No início de abril, Luís e Diego – ao lado da professora Cláudia Mazza (UFRRJ) e do professor Edilson de Arruda (UFRJ/Coppe) – disponibilizaram o artigo “Flattening the curves: on-off lock-down strategies for COVID-19 with an application to Brazil”, que dispõe sobre estratégias de isolamento social aplicadas ao Brasil a partir do modelo matemático SEIR (que descreve um gênero de epidemia similar à COVID-19).

Além de Luís e Diego, a equipe responsável pelo site é formada pelos professores Douglas Cardoso, Jurair de Paula Junior, Laura Assis, Luis Carlos Retondaro e Pedro Lara, todos do curso de Engenharia de Computação do campus Petrópolis. Dentre eles, alguns docentes também participam dos Programas de Pós-graduação em Engenharia Elétrica (PPEEL), Instrumentação e Óptica Aplicada (PPGIO) e em Ciência da Computação (PPCIC) do Cefet/RJ.  

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